Depois do passado,
o futuro adquire
um pêndulo saturado,
numa peça errada.
Uma guerra sentada,
um passo que não se quer,
uma onda parada
que é, nem sequer.
Quando sopra inata
a inocência preciosa,
desperta o rei adormecido.
Uma nuvem fada,
horizonte coisa harmoniosa,
que não cai, nunca cai, no esquecido
sábado, 23 de outubro de 2010
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
El amour
O diabo o que quer não compra,
nem reclama.
O que o diabo exerce não assombra,
quebra não faz chama.
O amor não abre, arromba
sem sinais de artimanha.
O amor mostra e exibe em montra,
não mata, tem ponta romba.
Cede às nuvens o tronco,
cede o calor pelo frio,
não se cobre é coberto.
É pesado vestido de bronco,
vê pouco, sente estio,
morre um pouco fechado, um pouco aberto.
nem reclama.
O que o diabo exerce não assombra,
quebra não faz chama.
O amor não abre, arromba
sem sinais de artimanha.
O amor mostra e exibe em montra,
não mata, tem ponta romba.
Cede às nuvens o tronco,
cede o calor pelo frio,
não se cobre é coberto.
É pesado vestido de bronco,
vê pouco, sente estio,
morre um pouco fechado, um pouco aberto.
domingo, 10 de outubro de 2010
O vento que pára
O vento que pára, vento sopra
chuva cai, chuva que morta
alma fria, alma morta
coisa inerte, dia que é obra.
Águas lisas, um mar tropa
um torpor fictício,
uma sonda, um fantasmagórico guiso
o som da derrota.
Faz pensar o não existente
como quem pensa vida,
numa densa morte.
Como quem pensa morte
num efémero absorvente,
de vida em pouca vida.
chuva cai, chuva que morta
alma fria, alma morta
coisa inerte, dia que é obra.
Águas lisas, um mar tropa
um torpor fictício,
uma sonda, um fantasmagórico guiso
o som da derrota.
Faz pensar o não existente
como quem pensa vida,
numa densa morte.
Como quem pensa morte
num efémero absorvente,
de vida em pouca vida.
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