domingo, 26 de setembro de 2010

Coisa amiúda, qualquer coisa

Não intereça, nem passa,
nem um único pensante
da forte carapaça,
o orgulho de um elefante.

É, não sempre de massa,
às vezes errante,
a acção pouco escassa
de alguém à muito distante.

Chega, chega qualquer coisa,
amiúda...por assim dizer,
qualquer coisa chega.

Coisa que é, é qualquer coisa,
um tudo por fazer,
uma coisa, um pouco amarga, um pouco azeda.

Inefável.

Braços lêvedos de saudade,
caprichosa artimanha
de tamanha totalidade,
o que este mundo perde e ganha.

Valas de uma falta eterna,
uma busca de deidade,
coisa que não deixa, que governa
uma toda idade.

Pessoa de grande façanha,
faz da razão uma virtude
por mais pequena que seja a saudade.

Feliz, felizmente estranha
ao sábio de cariz rude,
por maior que seja a bondade.

Figurante

Muda a figura,
ensaia o figurante.
O astro brilha a quem não descura
do seu amante.

Um quadro de fresca censura (sencura),
daqueles... pouco doravante,
aquece, arrefece, pouco se atura,
pouco certo, sempre errante.

É a chamada que dura,
o grito mudo,
um oceano a submerger.

É o saber que perfura,
abre e aguda
a traqueia a tecer.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ligações

Eu percebo que o que faltou já não falta e é me dado como certo do errado, o errado que sempre esteve certo, não existe destino e o fisico é de outros montes e para outros paladares. Certo é ser saudoso de uma partida que está para vir, errado é saber que o que nos separa sempre nos uniu, enfim..., as palavras são dons, os sentidos feras e a alma só conhece suportar com o don de outra fera.



Boa sorte.

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