sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Desvanecer

Perco o tempo inteiro
numa doce tragédia, viver, sonhar...
Sonhar de uma maneira
que até sentir é anseio (é tinteiro)

Noites

Mata grosso, corta forte o ramo doce,
vive forte, morre fraco de pinga sorte,
vê cego, sente preciso o pouco ego narciso,
vai ficando, senta andando, a rajada que sai deambulando lenta,
o ovo aquece, o sangue frita a madrugada que arrefece,
o amado que se fuma e não se esquece.

Mundo ao contrário

Mundo ao contrário,
este mundo de tripa fora,
que tanto ignoramos como nos ignora.
Fujamos do que este procria.

Lazarus it's just not like us, surviving where dead lies in living wreath.

Deixa de ter luz.

Deixa de ter luz,
torna-te um vulto,
aqui não existe luz,
não existe culto.

Toda a felicidade é contrária,
como sou contrário cada dia,
a sinceridade muda,
a mentira cria, a mentira dura.


Dont be strong... tears will clean your dirty floor.

Fecho de arcos perfeitos

És um fecho de arcos perfeitos,
tão bela como mais nenhuma,
mas na bruma encerraram,
os sonhos, os leitos
e num deserto sofro de desvaneios.

O liquido é falso,
o pão é cinza,
o chão é vulto,
os grãos tumulo,
Deus que me seco entre flores,
Entre amores.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Imaginário

Apareceu dourada num negro sombrio, um vulto num vazio desespero, é um acordar de Outono num céu limpido mas cinzento. O esquecido foi feito presente num futuro imaginário, os trevos renasceram as nuvens perderam-se, os astros brilharam o som perdeu-se, depois de tanto de errado, depois de tanto tempo perdido, depois de tantas escolhas faliveis, depois de mais nada se poder, depois da inexistencia de maré a que remar, és cá dentro mais que lá fora, és a realidade que enlouquece, o imaginário sóbrio.

Nunca foste...Nunca foste...Sempre serás sem ser nada demais....ver-te é viver quem sou, sem nunca ser menos demais.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal florestal

Natal és a lembrança finita, um jardim de dois metros quadrados, três roseiras, quatro folhas, fechado em sequoias de sobranceiro. Quero! Maldito sejas desejo inefável, destrois os cinco muros da perdição num raio de inveja e mal perder, o trisnar da aves ocas, o roer no estio instável, o inevitável nasce, a sombra cresce, o mundo é plano, o chapéu é cartola, o vermelho enegrecido do secar do tempo.

A figura paternal, solitária, adorada, confere a tua imagem num espelho imaginário, não quero! Não quero! Desquero! Puxa Pai natal as renas, que estas não se dão ao trabalho, têm se umas às outras, tens uma noite, duas, três crianças, um dia, o resto de descanço, o frio congela a emoção, fecha a lareira! Apaga a lareira! Atira veneno ao resto.... O mundo é perdido de costas, uma espinha que trincas.

domingo, 19 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Come pick me up - Ryan Adams

Façanha.

Crescem silvestres as sementes envoltas de uma elipse apocaliptica, mostram os astros a cultura, o reflectir das Personalidades, contam os passos os dias, contam os dias os passos em depressa urgencia administrativa, porque há quem diga "O tempo é dinheiro", há quem saiba que dinheiro é tempo.
Mostra ao sol lunar o teu sorriso, o eclipse, o descobrir o som do guizo, agita o homunculo fazendo pensar a obra, do quem não sabemos quem ou quê.
Sopra forte os ramos fundos,
inspira os fracos,
guarda mundos
sê tragos.
O mundo dirige as palavras aos sábios, desdenha a lâ suave, desdenha a lâ impura, desdenha a pureza que já Deus apoderou. O mundo cresce órfão, o mundo não tem filhos, não sabe o que é cuidar, não foi cuidado.
Cria!
Crê!
Quer!
Tudo o de ninguém,
Tudo nem de defuntos.
Nas folhas do Outono,
no que convém.
Tudo o de bem,
tudo com bons fundos.
Evoluir é surpresa da gente pobre ao pobre da riqueza, é singelo ser, é ser Rei da terra, do ar, do tempo, do espaço, e saber e escolher todo um ser.

O espaço liberta o tempo,
o tempo flui no espaço.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Inocientis morte

O ser humano não é sem primeiro ser besta, come dos restos do dia a dia do trabalhador dedicado na alma, o trabalhador dos vimes escorregadios do destino, o trabalhador dos vivos sem pensar morte, o trabalhor da dor pelo bem do conjunto, o mais impossivel imprevisto, o seres juntos? Um todo? Paciência meu irmão....o que tentas, deixei com um rasto de sangue fresco nas pisadas do meu quintal, a morte deixou de ser cega, os corredores, as portas trancadas, abriram-se ao fio da navalha de ponta devoradora e feroz.

Os "Inconsebiveis" são o alimento do ser impuro, impuro pelos impuros, sinto tão bem o prazer, o esmorrar, o esbater, a morte materializada nos rostos, a morte sempre soube bem, talvez, como o aconchegar dos corpos numa manhã de inverno.

Às folhas de outono que lutam por um lugar, às plantações do analfabeto que nos sensibilizam o paladar, à morte que nos corre do mundo, aos pássaros incrivelmente ensurdecedores, às garras da esperança que mordem cada estranho.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Basta crer não sentir

Basta crer não sentir
para o calor bastar,
pouco admitir
para o desejo matar.

A ventura num omitir,
desventura num amar,
querer desmentir
para pouco se dar.

O duro fado descobrir,
o sonho ventilar,
conclusões no mutilar.

É terra que se fecha num abrir,
tinta fresca a secar,
querer ser depois tentar...

O amor faz-se bem...

No dia em que o rebanho
reclamar ao pastor,
desenhará confuso desenho,
o branco num preto penhor.

Faz-se o amor,
o amor faz-se bem.
Indica sem indicador,
a dor desenhada, desenhada sem...

Crava a encosta o predador,
os prisioneiros em liberdade,
que é prioridade sim senhor!

As vicissitudes, o clamor
ao empresário, à deidade.
O galão, o amor, sim senhor!

Meu pequeno iluminar

Meu pequeno iluminar,
porque enegreces o ser?
porque foges ao luar?
Quando podes crer ser
o alguém supremo...
Pouco vêm, sempre vês...

Ilumina pequena, ilumina...
a pequenês no meu ser?
o meu perene sonhar?
Nasce fazendo nascer,
o costumo é, o costume temo...
Pouco vêm, sempre vês...

O certo do errado

Assume o certo do errado,
as paredes integra,
o espaço assemila o fado,
um afirmar não se nega.

Um quadrado cerrado,
uma planície sem regra.
Um certo um pouco de lado,
um afirmar de liberdade cega.

Liberta a mão suave
sobre o abismo,
que nada é de pouco grave.

Como a surdez do iluminismo,
o voo, a ave,
o sonho, "o destrutivismo".

Bd and me, the rock and roll style

Paladares de frutas amadoras
e de vinhos saborosos,
umas belas cerejas
com tremoços e cervejas.
já pouco andas, já pouco duras,
tenho pena das tuas gerações futuras,
um pouco verdes um pouco duras.

Terceira style:

A vaca come bois na tourada,
nas nuvens crescem soldados,
os bois comem bifas na tourada.
Sou terceirence de gema turista assada!
Imigrantes são os descubridores,
chupa crise aos meus amores,
isso a mim não dá dores!
Que tenhas uns peitos com uns belos tumores.

Artéria compulsória

Artéria compulsória,
glóbulo tónico,
sorte aguda,
ponte sóbria.

Mina antagónica,
ancora de insónia,
fazer a disputa
numa coisa provisória.

condiciona certo
a sombra, que sopra perto
os ouvidos moucos.

O corpo é liberto,
a alma verte
de pouco em poucos.

Outono

Gesto leve, suave...
Pisca forte o alarve!
Come tudo sem deixar comer...
Nem saboreia, nem deixa ser.

Briza, alado, assaz ave
de asas espertas, soturna cave
pouca sombra deixa ver...
Um crer demais para não se crer.

O invés do fado,
ter bastante bocado
onde se deixe sofrer.

Deixa sempre coitado...
O agridoce condimento amado
para sempre poder destemer...

Prisioneiros do amor.

Ignição, começo,
força, lentidão,
atenção, arremeço,
inchaço, comichão.

Alimenta-se o peso
pela magresa paixão,
não se sai ileso
da sóbria prisão.

Sádico governo, indicativo
presente do singular,
deveras distintivo.

Anarquia morta, morta vive
nuns corações por amar,
n'outros por interrogar.


O leal é que sabe destas coisas lool

Eels- sound of fear