quarta-feira, 17 de março de 2010

Desespero e grito

Desentope esse ouvido,
eu grito, grito...!
e não fazes mais nada do que nada,
ser alma pasmada.

De onde vem esse tal amor?
que me foge e deixa sem cor...
Dos teus mais macabros pensamentos?
que não os conheço como alimentos...

Vou deixando o grito sair,
deixando a voz ecoar apartir,
dos restos meus,
dos olhos criados por ti Deus.

Não vivo, por não viver
sem o teu eu, ler e reler
numa passagem divina
que acaba onde acaba a colina.

Gente que aqui vive e não faz,
o que devia pelo lilaz,
que brilha, cega mas ilumina,
que é doce como uma lima.

Mas tu! Podias ajudar,
fazer amar e amar...
Sem fim metafísico,
sem fim lírico...

E grito, grito....!
Por uma cabana, um abrigo,
que de mim mendigo
fizesse podre de rico.

Já sem voz, sem fio
aos miolos que não me dás,
fico assim...para traz,
até onde foi este rio.

E vivo este alegórico rio,
a que me dou sempre,
esperando o fio,
condutor, da aliança e seu minério.

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